A referência a Campizes remonta ao século XVI, ao Tombo da Ega de 1508. É descrito como um lugar com dez casais e meio e cujos camponeses que os exploravam deviam pagar de foro um alqueire de trigo, um capão e dez ovos.
Em 1758, as memórias paroquiais referem que em Campizes existiam trinta e três vizinhos.
Já no século XX, Dona Olinda, nascida e criada em Campizes, conta que andou nos campos de arroz até aos dezanove anos. Depois, juntamente com mais uma ou duas mulheres, foi trabalhar para a Figueira da Foz, para a empresa Oceânia onde se fazia a seca do bacalhau. Apesar de não ter ido à escola e de ter memórias de uma vida de trabalho.
Apesar da fertilidade dos campos de Campizes, quem não adquiriu o seu pedaço de terra viu-se obrigado a trabalhar à jorna ou nos campos de arroz situados em Vila Nova de Anços, local onde os trabalhadores permaneciam, pernoitando durante uma semana sobre sacos apinhados de palha de arroz.
Já na segunda metade do século XX, e fruto de um forte carácter empreendedor, muitos têm-se dedicado ao comércio de animais, em particular de bovinos e de leitões. Entre muitos projetos empreendedores, destacamos a Quinta do Prazo e a Loja dos Leitões, atividades que afirmam de forma indelével a tradição de Campizes.
Joaquim Carecho dos Santos, artesão local, esculpe pacientemente na madeira réplicas de instrumentos de trabalho e atividades tradicionais. Numa homenagem à sua terra faz também miniaturas do Pelourinho, replicando-o em detalhe.