Descobrir a riqueza natural da freguesia da Ega é encontrar neste território marcadamente rural uma diversidade de elementos que, quando observados atentamente, nos fazem entender uma história singular e nos mostram como, desde tempos imemoriais, as populações foram aprendendo a aproveitar e a conservar os recursos locais.
Caracteristicas climáticas
Na presença de um clima mediterrânico caracterizado por Verões quentes e secos e Invernos frios e húmidos, com uma precipitação média anual pouco elevada, a freguesia de Ega encontra-se numa área dominada por formações calcárias datadas do Jurássico Médio, complementada com algumas formações mais recentes do Cretácico e do Quaternário. Estas formações são as mesmas que ocupam grande parte do setor ocidental do Maciço de Sicó, sendo na sua maioria calcários puros, compactos e de grão fino, denominados por "calcários de Dogger". O fraco teor argiloso destes calcários permite a fácil dissolução dos carbonatos de cálcio e proporciona o desenvolvimento de grande número de formas cársicas de superfície e de profundidade que tornam o maciço muito permeável à água.
A combinação de formações complexas (serra, grutas, nascentes, planície) ajuda a entender o funcionamento dos sistemas hidrológicos cársicos, característicos das serras calcárias, e permite uma fácil comparação com sistemas hidrológicos de natureza muito diferente como os que se observam nos territórios adjacentes, onde o arenito e o xisto predominam.
es quentes e secos e Invernos frios e húmidos, com uma precipitação média anual pouco elevada, a freguesia de Ega encontra-se numa área dominada por formações calcárias datadas do Jurássico Médio, complementada com algumas formações mais recentes do Cretácico e do Quaternário. Estas formações são as mesmas que ocupam grande parte do setor ocidental do Maciço de Sicó, sendo na sua maioria calcários puros, compactos e de grão fino, denominados por "calcários de Dogger". O fraco teor argiloso destes calcários permite a fácil dissolução dos carbonatos de cálcio e proporciona o desenvolvimento de grande número de formas cársicas de superfície e de profundidade que tornam o maciço muito permeável à água.
A combinação de formações complexas (serra, grutas, nascentes, planície) ajuda a entender o funcionamento dos sistemas hidrológicos cársicos, característicos das serras calcárias, e permite uma fácil comparação com sistemas hidrológicos de natureza muito diferente como os que se observam nos territórios adjacentes, onde o arenito o xisto predominam.
A exsurgência da Arrifana e o Rio dos Mouros
A exsurgência da Arrifana e o rio dos Mouros constituem exemplos de elementos hídricos muito particulares. A primeira indica-nos que associados aos maciços cársicos ocorrem nascentes com caudais elevados e contínuos, que refletem a importância da infiltração e da circulação e armazenamento hídrico subterrâneo que aqui ocorre. O rio dos Mouros, que tem locais onde "desaparece" da superfície, não apresenta o normal vale em "V", típico dos cursos de água, uma vez que, nestas rochas, a infiltração é máxima não havendo praticamente escorrência nem, consequentemente, processos de erosão.
A qualidade da água utilizada em muitas das áreas de regadio, devida à ausência de atividades poluentes na bacia de infiltração de águas das várias nascentes (como as indústrias ou a pecuária intensiva), o uso de espécies e variedades agrícolas tradicionais bem adaptadas, a manutenção dos sistemas agrícolas tradicionais que suportam elevada diversidade (agrícola e natural), proporcionam um grande potencial dos produtos agrícolas da Ega, que poderão satisfazer nichos de mercado emergentes e exigentes como os da agricultura biológica e da alimentação saudável.
O Vale da Ega
No Vale da Ega encontramos poucos terrenos agrícolas de grande extensão e utilizados de modo intensivo com monoculturas. Predominam formas muito tradicionais de cultivo, sempre orientadas pela disponibilidade de água, proveniente fundamentalmente da exsurgência da Arrifana e do Rio dos Mouros.
Estas pequenas parcelas resultam da evolução agrícola local dos últimos séculos, e caracterizam-se por um desenho retangular muito alongado em que o lado menor (cabeceira) coincide com a passagem de uma regueira que, devido ao declive natural dos terrenos, permite, nos meses de Primavera e Verão, o regadio por pé.
Paisagem
A paisagem agrícola e florestal possui marcas características que importa não deixar escapar quando se visita esta freguesia. Interessa perceber as fortes relações entre a geologia dos calcários, ou carso, que afeta toda a freguesia, a sua geomorfologia e a biodiversidade resultante,que pode ser observada em cada nicho ecológico que encontrar.
É no contexto de grandes interligações geológicas e geomorfológicas, as quais foram fortemente humanizadas, que permanece uma diversidade biológica onde inúmeras espécies de plantas, designadamente a Flora, e animais, a Fauna, nos chama a atenção para o facto de estarmos num local muito especial.