Habitada por romanos, ocupada por suevos e doada aos Templários, a extensão de 3500 hectares que constitui a freguesia de Ega alberga um património histórico e natural que se impõe preservar, promover e conhecer.
A antiga villa da Ega foi sede de Concelho entre 1231 e 1836, ocupando cerca de um terço da atual área do Concelho de Condeixa-a-Nova. Atravessada pela via romana que ligava Olissipo (Lisboa) a Bracara Augusta (Braga) e pelo Rio dos Mouros, as terras da Ega atraíram vários povos ao longo dos séculos pela facilidade dos acessos, pela riqueza dos campos e pela abundância de recursos.
Também os árabes se terão implantado na Ega, aproveitando a sua posição geográfica privilegiada para aí manterem um posto militar que mais tarde terá sido aproveitado pelos Templários como posição defensiva estratégica na defesa do Reino. O interesse histórico da Ega é atestado pela importância dos documentos que lhe dão existência e autonomia, como as cartas de doação de Dona Teresa e de Dom Afonso Henriques e ainda de dois forais, o primeiro de 1231 e o segundo de 1514 assim como os monumentos que se impõem, ainda hoje, ao nosso olhar, quando visitamos a freguesia.
Ao longo da sua história, a villa da Ega terá mantido uma forte ligação à terra, organizando a sua vida cultural em função das épocas de cultivo e de colheita e das ocasiões para venda e troca dos produtos endógenos, criando rituais de trabalho e de convívio, modos de aproveitamento e fabrico, formas de ser e estar que permaneceram no tempo e constituem a sua identidade. Torna-se, por isso, essencial recuperar memórias, revitalizar tradições, divulgar lugares e narrar as histórias que reforçam as raízes dos indivíduos aos lugares. Lugares que são nossos e que nos fazem. Lugares como a Ega, a que pertencemos, pertencendo-nos.