Junta de Freguesia de Ega Junta de Freguesia de Ega

Património Imaterial

Ecos da Tradição

Desde sempre que os povos celebram a beleza da terra, das gentes e dos costumes através de poemas e canções que lhe dão forma e voz. Muitas vezes sem autoria atribuída, as cantigas são ainda entoadas pelo povo e, cada vez mais, pelos ranchos e grupos corais que as perpetuam, usando-as como um cartão-de-visita da terra a que pertencem.

Marcha do Paço da Ega

Lá vem a Ega
Com seus casais
Onde há sinais
De arte e nobreza
Solares antigos
Com tradições
Velhos brasões
Graça e beleza
Corre a seus pés
Como um tesouro
O Rio Mouro
Buscando o mar
E o velho paço
De sentinela
Abre a janela
Vê-o passar.
Talvez sejam lindas mouras
Dos seus tempos primitivos,
Essas mulheres sedutoras
De encantos fortes e altivos
Que pelas margens do rio
Em constante labutar
falam da Ega com brio,
falam da Ega a cantar.

(Autoria de Ramiro de Oliveira)

Trovas da Festa da Eletricidade

Antes da velha ponte
Tenho à direita uma escola
A seguir a linda ponte.
A uns passitos encontro
A Torre, que linda é
Com árvores grandes erguidas,
Correndo o rio a seu pé.
Ali, bem perto do castelo,
Vê-se a linda Igreja
Com o seu brasão velhinho
Onde ao domingo se junta e reza
Todo o povo com carinho.
No Rosário vê a capela
Quem pela estrada passar
Com o seu arco já velhinho
E a senhora no altar.
No casal da Fonte fico
Só para ver a dançar
Rapazes e raparigas
E as crianças a brincar.

(Autor Sr. Filipe de Matos)

(Cantado pelo Rancho da inauguração
Eletricidade em 1961 - Ega)

Marcha das Fontes

Alegrai-vos passarinhos
E jamais cantai sozinhos
As canções da madrugada
Doravante as fontes novas
Vão ensinar lindas trovas
A quem passa pela estrada.
Quando em beijos de luar
A lua cheia a espreitar
Pelos montes em redor
Verá Maneis e Marias
Nas fontes todos os dias
A matar sedes de amor
Rapazes e raparigas
Vamos em marcha espalhar
Graças, sorrisos, cantigas
Pelas ruas do lugar
Porque a água não sossega
Quer de noite quer de dia
Matando a sede na Ega
A quem de sede morria.

(Marcha para a inauguração
das fontes, em 1952)

Canção do Moinho

Moinho que estás cantando
A tua velha canção
Alegre porque vais dando
Farinha para o nosso pão.

Gira o rodízio sem descansar
Em volta espuma cor do luar,
A água salta sempre a correr
A mó de pedra sempre a moer.

Abençoado e fecundo
Bem haja o teu trabalhar,
Que dás alimento ao mundo
E leva alegria ao lar.

Gira o rodízio sem descansar
Em volta espuma cor do luar,
A água salta sempre a correr
A mó de pedra sempre a moer.

Lava a roupa lavadeira
Põe a azenha a trabalhar,
Tens toda essa canseira
Noite e dia sem parar.

(Cantada por Maria Ascenção
Branco, de Casével)

Se fores à Fonte

Se fores à fonte
leva o pucarito
Bebe água por ele
Fica mais bonita (Repete)
Tudo quem passa
Vai molhar a boca
Era uma desgraça
A água ser pouca (repete)
O senhor Gaspar foi
homem valente
Pôs na nossa terra
Água corrente
Tudo quem passa
Vai molhar a boca
Era uma desgraça
A água ser pouca.

(A quadra relativa ao senhor Gaspar
foi criada por Maria de Jesus Pereira)

Casais da Ega

Adeus ó Casal da Fonte,
Adeus ó jogo da pela
Adeus Casal do Rosário
Que ao meio tens a capela.
A minha mãe ralha ralha
- filha não vás aos Barreiros,
que te podem lá matar
as mulheres dos brasileiros.
Adeus Casal dos Corteses
E mais abaixo o Rocio,
Por onde passam as moças
A levar a roupa ao rio.
Adeus Casal dos Barreiros
E também Vila Real
A Ega é a terra mais linda
Cá do nosso Portugal.
Adeus Casal da Barreira
E Casal Fernão Domingues,
Onde canta a mocidade
Toda a tarde nos domingos.
Adeus ó Vila da Ega,
Adeus chafariz de bronze,
Onde o meu amor passeia
Das dez horas para as onze.
O meu amor enjeitou-me
Deu às asas, foi para os Fornos.
Se um dia o apanho a jeito
Já disse, parto-lhe os ....
Adeus ó Casal da Cruz
Casal de tanta ternura
Aonde eu tenho lavrada
Minha triste sepultura.







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