O Concelho é o lugar mais pequeno da freguesia. Está localizado no meio do pinhal, entre o Casal do Missa e a Ega. Hoje nenhum dos seus habitantes lá reside mas durante muitos anos foi habitado por três famílias que nunca tiveram acesso a água da rede nem eletricidade. A água para beber era recolhida de uma nascente, regavam do poço as culturas agrícolas e usavam candeeiros a petróleo para iluminar.
Com mais de 80 anos, Rosa Diogo Cordeiro e o seu irmão Manuel Cordeiro foram os últimos habitantes a abandonar o Concelho.
Encontram-se hoje a viver em casa dos filhos mas não deixam de visitar este local e de cultivar algumas das suas terras.
Dona Rosa, já com 80 anos é ainda um símbolo vivo de amor e dedicação a este pedaço de terra que a viu nascer, crescer e envelhecer. Já não vive no Concelho mas todos os dias percorre a pé mais 3 quilómetros para cuidar sua horta. É cavar, semear, mondar, regar do poço e colher o que a terra lhe dá.
As famílias do Concelho viviam da vinha, das laranjeiras, da horta e do milho. Iam a pé, com as laranjas em cestas de verga, às feiras de Soure e Condeixa-a-Nova. Da horta colhiam o feijão, as batatas, os pepinos e as couves.
Cultivava-se o milho e no verão colhia-se. Este era moído na Ega num moinho que já não se encontra em funcionamento. Percorria-se o caminho até à Ega com o milho à cabeça e voltava-se já com a farinha para fazer a broa que era muito importante na alimentação das famílias.
No outono vinham pessoas do Casal do Missa ajudar nas vindimas e parte do vinho era para consumo próprio, outra parte era para venda.
No Inverno era o grande laranjal, que aqui se encontra, a fonte de sustento. Depois de colherem as laranjas suculentas, levavam poceiros de verga à cabeça e com grande esforço iam vender às feiras de Soure e de Condeixa, para regalo de quem as comprava.