Resinagem, Casal do Missa
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Resinagem, Casal do Missa |
O pinhal permitia a extração de resina. Foi a atividade característica desta localidade e a sua principal fonte de sustento. Os pinheiros, para cicatrizar as feridas da árvore e protegerem-se de pragas, produzem a resina, matéria-prima usada na indústria de tintas, vernizes, papel e aguarrás. Há também quem use aguarrás em inalações, em pequena quantidade, no combate de infeções das vias respiratórias e garganta e no alívio de dores reumáticas e musculares.
Este era um trabalho árduo, realizado de sol-a-sol pelos resineiros do Casal do Missa. Consistia em realizar um corte artificial no pinheiro e recolher a resina que escorria. Tudo começava com a desencarrascagem, isto é, retirar uma pouco da casca do pinheiro, provocar-lhe uma ferida, com ajuda do ferro ou da enxó.
Este processo era muito fiscalizado: os pinheiros não podiam ser muito finos e a desencarrascagem tinha que ter determinadas medidas, pois havia coimas elevadas para quem não cumprisse.
Seguia-se a picagem, consistia em colocar uma chapa de metal que servia de bica para conduzir a resina e um prego. Os resineiros levavam madeira ainda verde para casa, faziam os pregos e depois secavam-nos no forno onde coziam a broa. Depois procedia-se a colocação da loiça em cima do prego, isto é, um vaso de barro vermelho, também designado de púcaro, para onde a resina escorria.