Junta de Freguesia de Ega EN | FR | DE
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História
Vaso Neolítico, achado em Casével por João Santo
Vaso Neolítico, achado em Casével por João Santo
Romanos, Conímbriga
Romanos, Conímbriga
  Pormenor do Foral de 1231
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  Pormenor do Foral de 1514
Pormenor do Foral de 1514
Rei D. Miguel
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  Rei D. Pedro IV
Rei D. Pedro IV
 
Vaso Neolítico, achado em Casével por João Santo

As origens da Ega remontam a tempos imemoriais, dos quais não há história narrada, apenas vestígios que os conhecimentos e técnicas de investigação atuais vão permitindo contextualizar e dar sentido. As características climáticas, a existência de recursos naturais em abundância, a navegabilidade do rio, a proximidade do mar e a facilidade de acesso constituíram vantagens suficientes para, ao longo de várias eras, fomentar a fixação de povos pelas serras e vales que hoje constituem a freguesia da Ega.

Vestígios do Neolítico

Assume-se que já no Paleolítico a região atraía fluxos migratórios que procuravam climas mais amenos e terras mais férteis, para delas recolher ou, já na era Neolít ica, nelas cultivar. Da passagem destes povos restam alguns vestígios, como os machados de pedra encontrados nas grutas do Medronhal (Arrifana) e nas buracas do Casmilo, que comprovam que as populações as terão usado como abrigo.

De entre as diversas descobertas arqueológicas, destaca-se um vaso neolítico, encontrado ocasionalmente em 1979 nos campos de Casével pelo agricultor João da Silva Santo que o entregou ao Padre Amílcar Santos Neves. Este, reconhecendo-lhe importância histórica, confiou-o às entidades competentes para estudo e reconstrução. Esta peça da memória histórica da freguesia da Ega encontra-se hoje ao cuidado do Instituto de Arqueologia da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra

Vestígios da Antiguidade - Ocupação romana

Por volta do século I a.C. os romanos instalam-se em Conímbriga, fazendo dela um importante centro, construindo as villae senhoriais nas terras circundantes. A narrativa oral refere que nos lugares de S. Fipo e Casével foram sendo descobertas peças de cerâmica, mosaicos, instrumentos e até ossadas que se julga remontarem a essa data. Após o florescimento cultural da zona envolvente de Conímbriga, segue-se uma desertificação provocada pelas invasões bárbaras, que desmantelam a organização económica e social existente. Dos povos bárbaros não ficam vestígios relevantes, nem arqueológicos, nem culturais.

A Ocupação Árabe e a Reconquista Cristã

São os árabes, que chegam à Península Ibérica em 711, quem tem um impacto mais duradouro na identidade cultural das gentes da Ega. A sua marca vai ficar impressa no património genético das suas gentes, no léxico que passa a incluir designações de origem árabe, como Arrifana, e nas técnicas e instrumentos agrícolas, como as azenhas e a picota, exemplos duma herança cultural secular.
No entanto, a posição geopolítica de Ega, Pombal e Redinha transforma-as em linha de defesa do Condado Portucalense, fazendo com que se tornem num campo de batalha permanente entre mouros e cristãos. Apesar da importância destes pontos defensivos para a constituição da futura Nação, a insegurança permanente que aí se vive conduz ao despovoamento e ao abandono durante os séculos que antecedem a fundação de Portugal.

Época Medieval - pertença dos Templários

O repovoamento da Ega irá acontecer quando a Ordem dos Templários, por doação de Dona Teresa, se instala nas suas terras.
É em 1128, durante a reconquista cristã, que D. Teresa do Condado Portucalense concede à Ordem dos Templários as terras da Ega, onde se instalaram por volta de 1145, de modo a promover o povoamento e travar o avanço dos mouros para norte.
O documento que eleva Ega à categoria de vila e lhe atribui capacidade administrativa é o Foral, atribuído a 1 de Setembro de 1231, por Estevão de Belmonte, décimo primeiro Mestre Templário, que concede ao Comendador da Ega o poder de decretar regulamentos para governo da vila.

Época Moderna - pertença da Ordem de Cristo

O rei D. Dinis, antevendo a extinção da Ordem do Templo, decretou a criação da Ordem de Cristo, instituição reconhecida pelo Papa João XXIII, em 1319. Os bens da Ordem do Templo passaram a pertencer à nova Ordem, tendo a comenda da Ega transitado em 1335.
Os séculos que se seguem são séculos de paz e prosperidade. Sob a gestão da Ordem, os campos da Ega produzem abundantemente uma diversidade de produtos agrícolas. A Comenda da Ega torna-se uma das mais ricas do Reino e, de acordo com vários historiadores, desempenha um importante papel no financiamento do empreendimento marítimo das Descobertas conduzido pelo Infante D. Henrique, Mestre da Ordem de Cristo. Na Visitação feita pelos frades João Pena e Diogo do Rego em 1508 são arrolados todos os bens da Comenda e é decidido um investimento na reconstrução da Igreja Matriz e nos Paços dos Comendadores, envolvendo na empreitada nomes maiores da arquitetura e arte quinhentistas.
É ainda no século XVI, por altura da reforma dos forais do Reino, D. Manuel I atribui à Ega, em 1514, um segundo foral, conhecido como foral Manuelino, reconhecendo e reforçando a autonomia da vila. O foral, bem como as reformas levadas a cabo na Igreja Matriz e no Paço dos Comendadores, hoje classificados como imóveis de interesse público, fazem com este século tenha sido um dos mais importantes da sua história.

Época Contemporânea - da instabilidade à perda do Concelho

A agitação política e diplomática portuguesa, nesta época, vai ter um impacto profundo na vida da vila da Ega. Os bens da Comenda da Ega saciavam o espólio da Casa do Infantado criada em 1654 por D. João IV, destinada a assegurar o desafogo económico dos filhos segundos dos reis. Os infantes passaram a ser detentores da dignidade de Comendador, nem sempre fazendo a melhor gestão dos bens, frequentemente usados para pagar o luxo e ostentação com que viviam.
A Casa do Infantado é extinta por D. Pedro IV em 1834, na sequência do conflito entre absolutistas e liberais, como forma de privar D. Miguel de fundos para a sua causa. Todavia, os bens da Comenda da Ega já haviam sido vendidos, em 1793, a João Pereira Ramos de Azeredo Coutinho. A instabilidade dos tempos que antecedem a revolução republicana faz com que sejam vendidos no início do século a vários compradores, dividindo-se assim o vasto património que outrora pertencera à Comenda da Ega.

Invasões Francesas

Um acontecimento histórico com grande impacto na memória coletiva e na tradição oral da Ega foram as invasões francesas.
Há ainda habitantes que contam histórias ouvidas dos avós sobre como se viram obrigados a comer a erva que crescia nos campos por não ter sobrado nada depois da devastação causada pelas tropas.
A primeira invasão acontece em 1807, depois de Portugal aderir ao Bloqueio Continental. Em novembro, as primeiras tropas francesas entram em Portugal e, no mesmo mês, D. João VI embarca em direção ao Brasil, escoltado por navios da Armada Britânica.
Nos primeiros meses de 1808 Junot é nomeado governador-geral de Portugal e em julho do mesmo ano Aires Saldanha de Albuquerque Coutinho Matos e Noronha, segundo Conde da Ega, é nomeado encarregado dos Negócios de Justiça.
Coimbra subleva-se contra a invasão no dia 23 de junho de 1808. Populares e académicos marcham juntos sobre Condeixa-a-Nova de onde, auxiliados pelos habitantes locais, obrigaram as tropas francesas a retirar. A retirada faz-se em direção à Ega, de onde, mais uma vez com a ajuda da população local, foram forçados a partir.

Consequências maiores para a Ega e povoações circundantes resultaram da terceira invasão iniciada em julho de 1810 e comandada pelo  marechal André Massena. O exército francês entra por Almeida dirigindo-se a Lisboa, mas é derrotado na batalha do Buçaco. Apesar disso, os exércitos francês e luso-inglês continuam a dirigir-se para Lisboa, deixando atrás de si um rasto de devastação por todas as terras por onde passam.

Em março de 1811, após a retirada de Torres Vedras, as tropas de Massena dirigem-se para norte e passam pelas localidades circundantes da Ega. Várias divisões de cavalaria e sapadores concentram-se para tentar um avanço sobre Coimbra. No dia 12 de março dá-se o combate de Redinha, a que Massena assiste do topo da Serra da Senhora do Círculo. Pensa-se que Sangardão, nome dado a um dos lugares perto de Vale de Janes, se deve ao sangue derramado na batalha, tanto que teria tingido a terra de vermelho. No entanto, Amílcar dos Santos Neves levanta a hipótese histórica desta designação se dever ao facto de esse ter sido o local de acampamento das tropas de Saint Gardan, um dos oficiais de Massena, sendo Sangardão uma adaptação de ‘Sangardan’.

Revolução Liberal e Termo do Concelho

A luta entre liberais e absolutistas marca de forma decisiva a história da Ega. Em 1817, enquanto o país recupera das invasões francesas, a Corte Portuguesa continua no Brasil, deixando o governo da Nação entregue aos ingleses. A insatisfação geral começa a encontrar eco nas ideias liberais. Em 1820 inicia-se no Porto a Revolução Liberal, que rapidamente se espalha a outras cidades.
D. Miguel tenta restaurar o absolutismo, apoiado por sua mãe, D. Carlota Joaquina, e pelas franjas mais conservadoras da sociedade.
A morte de D. João VI, em 1826, vem criar uma disputa sobre a sucessão real. D. Pedro abdica do trono a favor da filha Maria da Glória, então com sete anos. Retorna ao Brasil, deixando o trono a D. Maria e a D. Miguel, que, regressado do exílio, jura cumprir a carta constitucional de 1826. No entanto, as movimentações dos absolutistas fazem com que as Cortes aclamem D. Miguel como rei de Portugal em 1828, considerando-o o herdeiro legítimo do trono e retirando a D. Pedro e seus descendentes o direito à Coroa.

A Câmara da Ega, então presidida pelo Fidalgo da Casa Real, Cavaleiro de Cristo e Juiz de Fora, Manuel Caetano da Silva Serrão, decide enviar representantes para jurar lealdade a D. Miguel, enquanto na cadeia da Ega alguns prisioneiros liberais findam os seus dias. Da comitiva da Câmara da Ega que segue até ao Palácio das Necessidades fazem parte João de Magalhães Colaço de Sarmento Alarcão e D. Cristóvão Tomás de Mascarenhas Velasques Sarmento Alarcão, que leram ao Rei um discurso de lealdade e felicitações aprovado pela Câmara Geral. No entanto, os liberais rapidamente se organizam para recolocar D. Pedro IV no poder, dando origem à guerra civil que decorre entre 1828 a 1834 e termina, à imagem de outros países europeus, com a vitória dos liberais. Perante a vitória final da causa liberal, a Câmara da Ega, presidida pelo mesmo Juiz de Fora, e constituída pelas mesmas pessoas, envia ao novo Rei, em 31 de Agosto de 1834, em nome do clero, nobreza e povo da terra, um discurso de lealdade e felicitações. D. Pedro, provavelmente tendo em consideração o discurso de felicitação proferido ao seu irmão pela mesma comitiva, decide extinguir o concelho da Ega por Decreto de 1836, anexando-a provisoriamente a Soure. Três anos depois, em 1839, Rodrigo da Fonseca Magalhães cria o concelho de Condeixa-a-Nova, do qual a freguesia da Ega se torna parte, constituindo a sua maior freguesia.





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