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Pelourinho |
Os pelourinhos são monumentos de elevado valor simbólico, diretamente ligados à concessão de autonomia política, social e jurídica às comunidades onde estão implantados. O pelourinho da Ega é classificado como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto n.º 23 122, DG, I Série, n.º 231, de 11 de outubro de 1933. Situa-se atualmente à entrada da povoação, junto à Estrada Nacional 342. O pelourinho da Ega é o único no Concelho de Condeixa-a-Nova a que foi atribuída esta classificação oficial, o que atesta a importância geopolítica da vila no século XVI, altura em que se presume ter sido mandado construir.
Características físicas
Destaca-se o topo em forma de prisma, rematado em pinha, com faces decoradas com motivos heráldicos. Apesar da passagem do tempo, podem ainda perceber-se como motivos dominantes um escudo de armas, uma esfera armilar, uma cruz e um brasão de origem desconhecida, que representa uma árvore com dois escudetes pendentes. Pelo mistério que envolve a origem deste brasão, pela independência em relação a qualquer casa senhorial ou poder conhecidos e pelo simbolismo da árvore na sua ligação à terra e à vida, serviu de inspiração à nova identidade visual da freguesia da Ega, criada em 2013.
Nos ângulos do prisma destacam-se flores-de-lis. Podem também ler-se duas inscrições com datas relativas a restauros, um realizado em 1698 (data inscrita no fuste) e outro efetuado em 1891, que dá origem à epígrafe RF - EM - 16.9.91, registada na face sul do monumento.
Localização anterior
Havendo poucos registos que refiram a sua localização original, assume-se que estaria no cruzamento do Casal da Cruz, perto da Igreja Matriz e do Paço dos Comendadores, onde entroncavam então as vias de acesso à Ega. A sua deslocação para o local onde hoje se encontra pode dever-se à construção da nova estrada, da casa da Câmara e da cadeia, edificações que acabaram por ser derrubadas por volta de 1845, no seguimento da perda de autonomia da Ega, quando a Câmara de Condeixa-a-Nova consegue autorização do Governo Civil do Reino para a demolição dos edifícios e arrendamento dosterrenos, como consta das atas da Câmara de Condeixa.
Hoje, o pelourinho da Ega pode ser apreciado por qualquer visitante ou viajante que passe pela Estrada Nacional 342.
Ações de conservação
De referir que ao longo dos últimos anos este monumento tem sido alvo de sucessivas ações de conservação, conforme descrito nas atas da Junta de Freguesia em 1952, que entregou o projeto do seu arranjo ao engenheiro Barreira Antunes de Caxias, e nas atas da assembleia de Freguesia de 1992. Esta última intervenção alterou a configuração do Pelourinho, apresentando-se hoje sem duas das suas escadas originais.