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Vinha, Relves |
A região da Ega beneficia de um solo e de um clima favoráveis à cultura da vinha, dando origem a vinhos aromáticos e macios. A maior parte do vinho é feito a partir de vinhas mais antigas. As castas mais comuns são a uva Alicante, Trincadeira para os vinhos tintos e Fernão Pires e Cerceal para os brancos.
Pertencendo às Terras de Sicó, os vinicultores da Ega poderão beneficiar da demarcação da área geográfica de produção, inserindo-se na sub-região do Vinho Regional Beiras. No entanto, a reduzida dimensão das parcelas de cultivo obriga a que, para a maior parte dos produtores o fabrico de vinho seja apenas uma atividade complementar, servindo para consumo próprio e para oferta a amigos e familiares, sendo raramente utilizado para venda.
A vindima
O processo atual é diferente daquele que é narrado por muitos como parte da tradição de várias terras, que envolvia homens, mulheres e crianças dos lugares na apanha dos cachos, no transporte dos poceiros e no pisar da uva, tudo ao som de cantigas cantadas por todos. Se o vinho é um produto que concretiza num sabor as caraterísticas do solo, do clima e das gentes, a vindima é, como outras atividades sazonais capazes de envolver toda a população, um momento em que todos colaboram para benefício coletivo, um ritual de consolidação dos laços que ligam as gentes e dão ao vinho sabores que não se podem captar apenas com os sentidos.
Testemunhos
"A vindima é feita entre meados e fins de setembro. Depois as uvas são transportadas em tratores, nas tinas ou em poceiros. Levam-se para um tanque e esmagam-se. Há poucas décadas atrás as uvas ainda eram pisadas, mas agora são prensadas com um esmagador elétrico. Depois de esmagadas, pesa-se o mosto e aguarda-se a fermentação, que dura entre quatro a seis dias. Quando a medição de álcool provável apresenta resultados entre o zero e os dois graus, aproximadamente, o vinho passa para as cubas (normalmente de inox) onde acaba a fermentação. O espremido (parte prensada que tem mais tanino) é dividido pelas cubas.
Em janeiro faz-se uma estrafega: retira-se o vinho das cubas para retirar o ‘pé' (borra que foi ganhando depois da fervura).
Depois de retirado o pé, o vinho é reposto limpo nas cubas, que depois de tratado e de repousar algum tempo, fica pronto a ser engarrafado"
(Arménio Moita - Vale de Janes)