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Em alguns lugares da freguesia há relatos de fabrico artesanal de carvão. O carvão vegetal, resultante da queima lenta da madeira, foi, ao longo dos séculos, uma forma de aproveitamento das sobras de mato e lenha que permitiam um complemento para o rendimento das famílias.
Em Vale de Janes há registo de carvoarias, usando cepas e lenha de oliveira para o carvão e urze. Como muitas das indústrias artesanais familiares de aproveitamento de recursos naturais, o fabrico de carvão é uma atividade em extinção da qual será importante registar a memória.
O processo
Para o fabrico de carvão era preciso um ‘forno', que consiste numa vala aberta no chão, com cerca de meio metro de profundidade, onde era amontoada uma pilha de lenha que se cobria primeiro com mato e só depois terra, para que esta não se infiltrasse no interior do forno, impedindo a cozedura. Através de uma abertura era ateado o fogo à madeira, que depois ardia lentamente para dar origem ao carvão. Quando acabava a cozedura, extinguia-se o lume, desmanchava-se o forno e retirava-se o carvão.
Testemunhos
No Casal do Missa há memória de duas carvoeiras, as irmãs Maria Casimiro e Piedade, que vendiam o carvão produzido pelas feiras da região. Conta-se que a burra onde transportavam o carvão sabia o caminho de volta e as trazia a casa depois ‘matarem o bicho' em alguma taberna do caminho.