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Forno de cal, Ega |
O processo
A cal era obtida por transformação térmica do calcário sujeito a elevadas temperaturas. Era uma atividade sazonal, que normalmente decorria durante o mês de abril, quando as lenhas se encontravam mais secas para arder melhor.
Na Rebolia, trabalhavam quatro homens em cada forno, divididos em turnos de doze horas para manter o lume aceso e o forno ativo. Havia mais dois a cortar lenha e a transportá-la para o forno e depois alguém que a levava para os locais de venda, normalmente o dono. Estes fornos de cal eram construídos com tijolo capaz de suportar altas temperaturas, com cerca de 4m de altura, forma cónica e uma câmara onde se ia pondo a lenha que alimentava o fogo.
O combustível nunca podia faltar ao longo deste processo. O resultado era a transformação do calcário em óxido de cálcio, vulgarmente conhecido por cal em pedra ou cal viva. Em contato com a água desintegrava-se e formava uma pasta através de uma reação que libertava muito calor, e que depois de secar se desfazia originando pedras ou pó. De salientar também que para produzir 100 toneladas de cal eram necessárias 300 toneladas de rocha calcária.
Para trocar de turnos tocavam um búzio grande que produzia um som que se ouvia a cerca de três quilómetros. A cal era medida em fangas, que equivalem a quatro alqueires.
Testemunhos
De acordo com a memória popular, os três ou quatro fornos que funcionavam na Rebolia pertenciam a Manuel Barreira, ao Martins e ao Ti Augusto. José Santos, também conhecido por Zé Canteiro, trabalhou nos fornos durante a juventude.